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sábado, 13 de abril de 2013


AMOR E SUAS VARIAÇÕES

Universal,
Erótico,
Fraterno,
Materno,
Paterno,
Utópico,
Narcísico...
Degraus para o grande e
Supremo Amor
Compartilhado,
Comungado.
Tudo espera,
Feliz aceita,
A adversidade.
Fala bondades,
Apenas a Verdade,
É só bem querer.
Determinação da vontade.
Mas também, loucuras do coração
E assombros da paixão!

Vanilda Tenfen


AS DUAS IRMÃS E SEU CAFÉ COLONIAL

Já sexagenárias, embora  não aparentassem ,as duas irmãs combinaram, depois de muita ponderação, de tomar um Café Colonial . A escolha recaiu  num famoso Hotel que está localizado justamente na divisa entre  os municípios de Florianópolis e São José, às margens do rio Araújo.
Precisavam conversar muito, especialmente sobre determinado assunto que estava incomodando a mais velha, Valdevina.Queria confidenciar com Marvília e escolheram aquele local por ser amplo e de muita privacidade.
Ao chegar, cada qual estacionou seu respectivo carro defronte à entrada do estabelecimento hoteleiro.Como ninguém veio cobrar o estacionamento,nem se preocuparam .O café colonial tinha horário estabelecido, era tradicional, não precisava ser hóspede para usufruí-lo, mas o estacionamento era terceirizado e pago.
Abraços , beijos, primeiros comentários.
Ato contínuo, procuraram os fundos do Hotel, sabedoras, que eram, de que havia uma magnífica piscina com mesinhas, cadeiras e guarda sóis.
Era outono.A temperatura estava agradável.O dia estava  nublado.
Tudo conspirava para um profícuo bate papo das duas irmãs , que tinham uma vida inteira compartilhada.
Ficaram perdidas no espaço e no tempo, como soe acontecer com pessoas idosas nessas situações...
Vez por outra Marvília afastava-se para fumar um cigarro, mas não perdia um segundo de conversa.
Valdevina  aproveitava essas ocasiões para explicar e questionar sobre seu assunto, o qual tanto a preocupava.Era questão muito pessoal  e só para uma irmã podia contar!
Quando as horas se passaram, sentindo já o estômago pedir o cafezinho vespertino, ambas resolveram procurar o local do café.
Adentraram pelo corredor , mas qual não foi o seu  espanto quando a dupla  percebeu tudo no escuro, ninguém por perto, só um funcionário na Portaria.
Como duas corujas perdidas, inquiriram o porteiro   que logo foi dizendo:”Café colonial , até o fim de março, não tem!”
Caíram na gargalhada! Tanto conversaram, tanto esperaram, que agora , na hora da fome, nada!
O mais hilário é que Marvília comentava afinada de rir:”nós na boa, usando o espaço nobre do Hotel, ninguém a nos incomodar, usando mesas e cadeiras, à sombra de um frondosa árvore, nada a ser pago ,mas, o principal, o café , cadê”?
Conforme indicação do Porteiro, saíram ao bairro mais próximo, mas a referência dada era um determinado Banco perto do qual haveria um Café aberto aos domingos à tarde. Só que encontraram dois Bancos iguais, na mesma Avenida e começou a chover muito.
As espertas senhoras ,então, acabaram entrando numa simples Padaria, tomando um humilde café com leite, às gargalhadas, com apenas um bolo de ricota, lembrando o tão sonhado Café Colonial. Que frustração!
Vanilda Tenfen,Fpolis, março de 2013.